O LIVRO VOLTA À PRAÇA
Com o
surgimento da Internet e do e-book, muito se discute sobre a possibilidade do
fim do livro como o conhecemos.
Na
obra “Não contem com o fim do Livro” o ensaísta e jornalista Jean-Philippe de
Tonac intermediou entrevistas com Umberto Eco e Jean-Claude Carrière sobre o
tema. Com diálogos simples e bem humorados os autores afirmam, entre outras coisas, que “a história dos livros e o amor a eles os
salvarão do desaparecimento”. O livro “guarda em lugar seguro o que o esquecimento
ameaça destruir”
Também acredito
que o livro jamais desaparecerá. Historicamente, muitos livros foram destruídos,
basta lembrar da época da Inquisição, mas apesar de tudo, eles sobreviveram. O
livro eletrônico poderá proporcionar um conforto extraordinário, mas a tela fria
do computador jamais nos dará a gostosa sensação de folhear e manusear um livro
de papel.
As Feiras de
Livros nos oferecem uma maneira ímpar de vê-los e manuseá-los e, no momento em que Canoas realiza uma
grande feira, considerada pela Câmara Riograndense do Livro, como a segunda
maior do Estado, temos que comemorar e prestigiar. É a 30ª edição, tem como
tema “26 Letras e Infinitas Histórias” e se realiza de 31 de maio a 14 de
junho, no Calçadão e na Praça da Bandeira.
Serão duas semanas
de festa da Literatura, com palestras e debates, contação de histórias,
oficinas e apresentações, lançamentos, encontros com escritores, filmes.
A primeira
Feira do Livro de Canoas foi realizada no ano de 1982. Após, houve um intervalo
de três anos em que não aconteceu.
Em 1986,
quando Carlos Giacomazzi era o Prefeito de Canoas, nós, na qualidade de
Secretária Municipal de Educação e Cultura do município, retomamos com nossa
equipe, a realização da Feira, que desde então, não foi mais interrompida.
Nos primeiros
anos era realizada em outros locais, especialmente no Calçadão. Eram poucas
bancas e não contava com um patrono. Em 1988, o escritor Moacyr Scliar, hoje
falecido, foi escolhido como o primeiro patrono da Feira do Livro de Canoas.
A partir do ano
de 2009, na administração do prefeito Jairo Jorge, foi criada a Secretaria Municipal
de Cultura, sendo Jéferson Assumção, nomeado secretário. A Feira tomou então, grandes proporções, passando
a ser realizada, não apenas no Calçadão, mas também na Praça da Bandeira. Nesta
30ª edição, participarão mais de 100 escritores, entre eles o homenageado,
Zuenir Ventura, autor do célebre: “1968, o Ano que não Terminou” em que entre
tantos resgates, afirma: “nossos jovens andavam com a alma incendiada de paixão
revolucionária e não perdoavam os pais - reais e ideológicos - por não terem
evitado o golpe militar de 1964”.
A exemplo da
Feira do município, muitos bairros da cidade vem realizando feiras, anualmente,
além das escolas que também realizam as suas, oferecendo oportunidade para alunos,
educadores e comunidade tomarem contato direto com os livros, numa demonstração
de que ele está bem vivo e consegue agradar pessoas de todas as idades.
Profa. Marina Lima Leal, maio de
2014