CARTA AOS EDUCADORES
O atual Presidente da República, desde que assumiu, em janeiro de 2019, tem tomado atitudes e feito manifestações que nos preocupam como brasileiros e, especialmente como educadores: manifestou simpatia pelo movimento Escola sem Partido que é um projeto ideológico, porque ao proibir a discussão de algumas questões, está tomando um posicionamento. Não discutir práticas hegemônicas, homofóbicas e toda a variedade de desigualdades, significa não combater essas desigualdades, mas reforçá-las na sociedade. Disse também querer abolir Paulo Freire do MEC. Ora, querer "abolir Paulo Freire do MEC" é desconhecer toda a contribuição que ele deu à consolidação, da escola pública, democrática e de qualidade, num país que em raros períodos se preocupou com a população pobre e marginalizada. Freire é o intelectual brasileiro que, juntamente com Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, deu visibilidade internacional ao Brasil, na área da Educação.
Ricardo Vélez Rodrigues, primeiro ministro da educação - fez críticas ao que chamou "marxismo cultural" e à ideologia de gênero nas escolas. O Secretário de Alfabetização - criticou os métodos construtivistas e os considera responsáveis pelo alto analfabetismo funcional. Defende os métodos fônicos de alfabetização, em detrimento de outros métodos. Diante desta postura, a Associação Brasileira de Alfabetização divulgou manifesto assinado por 120 grupos de pesquisa e organizações sociais em defesa das múltiplas abordagens metodológicas para a alfabetização.
Representantes do governo defendem a educação domiciliar, de forma não regulada e sem nenhum plano de fiscalização. As posições expressas por membros do governo, como se percebe, são um verdadeiro retrocesso a todo o avanço, que se alcançou nos últimos anos, nesta área fundamental para nosso desenvolvimento. O MEC Já está com o terceiro ministro da Educação e o atual, após o desastre que foi Weintraub, ainda não disse a que veio.
Bolsonaro participou de atos contra a democracia, pedindo o fechamento do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e a volta do Ato Institucional nº 5 (AI-5).
Disseminou o ódio e a intolerância entre os brasileiros. É um governo que tem a barbárie como ideologia. É parte de uma extrema direita, que tem como líder Trump, o presidente dos EUA.
A pandemia recolocou o Brasil nas manchetes internacionais, como exemplo a não ser seguido. A negação da gravidade do Corona Vírus pelo governo, a rejeição a dados científicos, a defesa da cloroquina, mesmo sem comprovação médica, as rixas com governadores que reivindicavam o fechamento da economia, em oposição ao que queria o Planalto, começaram a aparecer nas capas dos diários mundiais. Quando a curva do Covid 19 ficou ascendente no Brasil, demitiu o ministro da saúde, e agora, meses depois, continua com um ministro interino e que não é da área.
Diante da imensa crise política, econômica e sanitária, em que está mergulhado nosso País, temos muitas vezes a sensação de que estamos num “beco sem saída”. De outro lado sabemos, que não podemos cruzar os braços. Temos que DEFENDER nosso país e o povo brasileiro, por isto, fui buscar inspiração no nosso grande educador Paulo Freire. O que ele diria ou faria, numa situação como essa?
Na página 39 do livro “Pedagogia da Esperança” o grande educador nos deixa a seguinte mensagem: “...só uma política radical, jamais, porém, sectária, buscando a unidade na diversidade das forças progressistas, poderia lutar por uma democracia capaz de fazer frente ao poder e a virulência da direita”. “A tolerância....é a virtude revolucionária, que consiste na convivência com os diferentes para que se possa melhor lutar contra os antagônicos”. Resta saber se a esquerda brasileira, diante de tudo que vem acontecendo no Brasil, terá a sabedoria freireana de buscar a unidade na diversidade, para retomar e avançar nas conquistas do povo brasileiro.
“Os educadores e educadoras progressistas coerentes não têm que esperar que a sociedade brasileira global se democratize para que eles e elas comecem também a ter práticas democráticas, com relação aos conteúdos. Não podem ser autoritários hoje, para ser democratas amanhã”.
Cabe a nós educadores e educadoras, DEFENDER a democracia, o legado de Paulo Freire e o direito de todos os brasileiros de terem um país mais igual, onde todos possam viver com dignidade.
Marina Lima Leal, 02 de setembro de 2020
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domingo, 13 de setembro de 2020
Café com Paulo Freire, rumo ao centenário
Montagem feita para publicar antes das cartas que escrevemos, rumo ao centenário que será em setembro de 2021
quarta-feira, 19 de agosto de 2020
ROTEIRO PARA
A LIVE DO ÍNDIO 15/08/2020
Por que não
retornar as aulas em 31/08/2020?
1. Proposta
do governador aos prefeitos em 11/08
2. Começo
pela Educação Infantil:
Temeridade, irresponsabilidade,
característica dos pequenos
3. Momento
no Rio Grande do Sul: inadequado:
Curvas de casos de contaminação,
mortes e ocupação das UTIs em ascensão ou estabilizados em níveis muito
elevados
4. Os
protocolos de distanciamentos sociais, uso de máscaras, aferição de
temperatura, disponibilização de álcool gel nas salas de aula e áreas comuns –
a grande maioria das escolas não oferecem
5. Entidades
que representam os profissionais das redes públicas e privadas são contrárias,
o mesmo acontecendo com grande parte dos pais;
6. Presidente
da FAMURS vê com preocupação e colherá a opinião dos prefeitos e prefeitas para
levar à reunião com o governador no próximo dia 18/08;
7. Esperamos
que os prefeitos opinem contrariamente ao retorno, preservando a vida das
crianças e dos educadores;
8. Escolas
de Manaus tiveram que fechar, depois de terem retomado;
9. Prefeitos eleitos em novembro próximo, terão
um ano com muitas questões a resolver como consequência deste ano, atípico, por
causa da pandemia.
Marina Lima Leal
Síntese de minha apresentação na Live de Nova Santa Rita
LIVE PARA NOVA SANTA RITA 23/07/20
1. Diferença
entre EAD e Ensino Remoto
EAD regulada por legislação
específica
Via plataforma virtual
Vídeo aulas, textos áudios e
aplicativos
Usada há bastante tempo no Ensino
Superior
Ensino Remoto: Autorizado pelo MEC, em razão da
pandemia
2. Principais
dificuldades para ministrar as aulas remotas:
Dificuldade de condições dos
alunos, em razão das grandes desigualdades sociais:
Dados do IBGE de 2017, revelam que apenas 29,4% dos domicílios possuem computadores
conectados à internet e muitas famílias possuem apenas 1 aparelho celular;
Novas plataformas, desconhecidas,
resultado de contratos com empresas de tecnologia, para as quais são fornecidos
dados de professores e alunos, sem que se tenha garantia de que não sejam utilizados
para outros fins;
Falta de preparo dos professores e
alunos para usarem as plataformas;
Vínculo entre professores e alunos
e destes entre si
3. Como
está a situação na rede estadual atualmente?
Professores recebendo algumas
orientações, mas não receberam as tecnologias digitais prometidas; o mesmo
acontece com os alunos. Continuam usando o Facebook ou o Whatsapp, como já
vinham fazendo e entrega das tarefas de forma física. Porém as escolas não
foram preparadas para este contato.
A comunidade escolar não foi
chamada para opinar;
Rede particular – situação diferenciada; alunos e
professores familiarizados com a tecnologia. A maioria das escolas está usando
esta metodologia, desde o início da pandemia
Situação nos municípios: Alguns na mesma situação
dos estados, outros com entrega das atividades não presenciais de forma física,
como é o caso de NS Rita (ver Ordem de Serviço, 02/2020), que acertadamente,
suspendeu a entrega, quando o município adotou a bandeira vermelha.
3. Momento
de retornar às aulas presenciais
Quando a Covid 19 estiver sob
controle, com base em critérios científicos e as escolas equipadas com todo o
material e pessoal necessário, para um retorno seguro
Temos ainda a considerar que as
crianças são os principais vetores da disseminação dos processos infecciosos
das vias aéreas, pelo convívio em creches e escolas. Sua volta às escolas
poderia aumentar as taxas de lotação dos hospitais, num momento de pico do
Corona Vírus, que coincide com nosso inverno.
É necessário ouvir os pais para ver
se querem que seus filhos retornem às escolas.
Manter as escolas fechadas por mais
tempo, pode ser um sacrifício necessário neste momento.
O ano letivo não corresponde
necessariamente ao ano civil, portanto, neste momento de medo e incertezas, não
temos que nos preocupar apenas em cumprir o ano letivo até o final de 2020. A
Educação é um processo, cujas etapas não podem deixar de ser cumpridas.
Live em Nova Santa Rita, em 23 de julho de 2020
A convite da Secretaria de Educação de Nova Santa Rita, participei com Lúcia Camini e Elvino Bohn Gass de Live sobre Educação com pré candidato a prefeito: Rodrigo Batistella
domingo, 8 de março de 2020
CAFÉ COM PAULO FREIRE
Café com Paulo Freire, realizado em Atlântida Sul, em 11 de fevereiro de 2020, na casa da Liana Borges.
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