CAMINHOS DE PEDRA, BENTO GONÇALVES
No dia 11 de novembro de 2014, um
grupo de professores aposentados do 20º
Núcleo do CPERS/Sindicato, realizou um passeio à região da Serra, percorrendo
as cidades de Carlos Barbosa, visitando o varejo da Tramontina, em Farroupilha,
o santuário de N.S. do Caravaggio e Bento Gonçalves, com passagem pelo centro
da cidade, visitando a Vinícola Aurora. A maior parte do tempo, no entanto, foi
dedicada à visita aos Caminhos de Pedra.
Idealizado pelo Engenheiro.
Tarcísio Vasco Michelon e pelo Arquiteto Júlio Posenato o roteiro “Caminhos de
Pedra” visa resgatar, preservar e dinamizar a cultura que os imigrantes
italianos trouxeram à serra gaúcha a partir de 1875.
O Roteiro passou a ser concebido,
quando da realização de um levantamento do acervo arquitetônico de todo o
interior do município de Bento Gonçalves, ocorrido no ano de 1987. Constatou-se
então que a Linha Palmeiro e parte da Linha Pedro Salgado, área abrangida
basicamente pelo Distrito de São Pedro, possuía o maior acervo de casas
antigas, conservava sua cultura e história, tinha acesso fácil e, consequentemente,
um grande potencial turístico, apesar da decadência e abandono por que vinha
passando desde a década de 1970 com a mudança de traçado da rodovia que ligava
Porto Alegre ao norte do estado.
Esse precioso acervo material,
parcialmente abandonado e esquecido, exigia uma ação rápida para não ter a
mesma sorte de tantas e tantas casas de pedra, madeira e alvenaria que acabaram
ruindo ou sendo demolidas. Com recursos do Hotel Dall’Onder as primeiras 4
casas foram restauradas e passaram a receber visitação e outras tiveram obras
emergenciais. O primeiro grupo de turistas proveniente de São Paulo, foi recebido na Casa Merlo, Casa Bertarello,
Ferraria Ferri e Cantina Strapazzon em 30 de maio de 1992.
O sucesso do novo roteiro animou
tanto os idealizadores quanto à comunidade. Em 10 de julho de 1997, com
assessoria do SEBRAE foi fundada a Associação Caminhos de Pedra, congregando
empreendedores e simpatizantes. Montou-se então um projeto abrangente que
contemplava o resgate de todo o patrimônio cultural, não só o arquitetônico,
envolvendo língua, folclore, arte, habilidades manuais. Este ambicioso projeto
foi aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura em 10 de agosto de 1998 passando
a partir de então a captar recursos das empresas locais através da recém criada
LIC (Lei de Incentivo à Cultura do Estado do RS).
Atualmente a Associação Caminhos
de Pedra conta com mais de uma centena de associados e o projeto, considerado
pioneiro no Brasil em termos de turismo rural e cultural, está recebendo uma
visitação média anual de 60.000 turistas. O roteiro está em expansão e possui
15 pontos de Visitação e 56 pontos de Observação Externa
Considera-se como área de
abrangência dos Caminhos de Pedra a Linhas Palmeiro e Pedro Salgado,
localizadas nos municípios de Bento Gonçalves e Farroupilha, até o limite do
município de Caxias do Sul, passando por Caravaggio. O fato de concentrar o
maior acervo arquitetônico da imigração italiana em meio rural do país e a
preocupação com a preservação do patrimônio histórico material e imaterial
rendeu aos Caminhos de Pedra o qualificativo de “museu vivo”. Em 2009 por
iniciativa do Dep. Estadual Jerônimo Pizzoloto Goerguen, e apoio do IPHAE
(Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado) foi declarado
patrimônio histórico e cultural do RS pela Lei Estadual
13.177/09.
Graças à restauração das casas e
a visitação turística, desencadeou-se nas comunidades que o compõem, um
movimento cultural que permitiu o surgimento de várias iniciativas que visam
preservar, não apenas o patrimônio material, mas também o imaterial. Exemplos
dessa vitalidade cultural que palpita em todo o Roteiro são a preservação do
dialeto “talian” (língua típica dos imigrantes do lugar), a Casa da Memória e
os grupos artístico-culturais (dança italiana, flauta doce, banda musical,
orquestra de câmara, coro e teatro) que se apresentam em ocasiões especiais ou
por solicitação expressa nos restaurantes do Roteiro.
Observa-se durante as visitas,
que há um grande interesse em divulgar sua cultura e sua história por parte das
pessoas que aí residem.
Fizeram parte de nossa visita: A Casa da Ovelha, A Cantina
Strapazzon e a Casa da Erva Mate.
Fonte: Site do Caminhos de Pedra
CASA DA OVELHA
Um dos primeiros lacticínios com
inspeção oficial para o beneficiamento do leite de ovelha, no Brasil, a Casa da
Ovelha processa mais de 100 mil litros por ano. Essa produção é transformada em
iogurtes, doces de leite e queijos especiais, compondo a maior linha de lácteos
sem lactose e sem glúten do país.
Junto à Casa da Ovelha
encontra-se o Parque da Ovelha, onde o visitante pode conhecer toda a cadeia
produtiva do leite de ovelha e seus derivados, visitando as pastagens,
interagindo com os animais através da ordenha, amamentação e tosquia da lã,
além de shows dos cães pastores Border Collies.
Um dos pontos altos da visita é a
degustação dos produtos. Uma loja oferece produtos derivados da ovelha, que
podem ser adquiridos pelos visitantes.
CANTINA STRAPAZZON
Casa totalmente em
pedra irregular construída por volta de 1878, pelo imigrante Giovanni
Strapazzon,.
Essa é uma das casas do Caminho de Pedra em Bento Gonçalves mais
antiga. Com mais de 130 anos, foi construída no estilo dos primeiros imigrantes
que vieram da Itália, toda em pedra e chão batido e continua da mesma forma.
Com o tempo ela foi adaptada para servir de Cantina, que é o local de armazenamento de vinhos.
O mais interessante dela é que em 1995 foi cenário do filme O Quatrilho dirigido por Fábio Barreto e indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
A casa é propriedade da família Strapazzon desde sua construção e hoje recebe turistas para contar histórias da casa, da família e servir vinhos e sucos. O turista também pode degustar e adquirir produtos coloniais como: pão, queijo, salame, copa, vinhos, graspa e suco de uva.
Com o tempo ela foi adaptada para servir de Cantina, que é o local de armazenamento de vinhos.
O mais interessante dela é que em 1995 foi cenário do filme O Quatrilho dirigido por Fábio Barreto e indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
A casa é propriedade da família Strapazzon desde sua construção e hoje recebe turistas para contar histórias da casa, da família e servir vinhos e sucos. O turista também pode degustar e adquirir produtos coloniais como: pão, queijo, salame, copa, vinhos, graspa e suco de uva.
CASA DA ERVA MATE
Construída no local onde
funcionava o antigo moinho Cecconello, a casa é exemplo de um processo de
aculturação. A erva-mate, planta muito comum na região, era conhecida e
utilizada como bebida pelos Índios (bugres), que a chamavam de
"Caá-i". O imigrante, além de adquirir o hábito de consumi-la,
agregou-lhe a tecnologia que permitiu a produção em grande escala. No local é
feita a demonstração do processo de produção artesanal com históricos soques
movidos à roda d'água. No varejo, que funciona no porão da residência da
família Ferrari, é oferecida degustação de chimarrão e uma grande variedade de
artigos ligados ao mesmo.
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