ONZE
DE JULHO, UM MARCO HISTÓRICO
O dia 11 de julho de 2013 será, com certeza,
um marco histórico, para gaúchos e brasileiros.
Depois dos protestos de junho e como
consequência deles, as centrais sindicais, que desde 1998 lutavam
separadamente, se uniram e convocaram o Dia Nacional de Lutas, que
se transformou num renascimento para o movimento sindical, que andava
bastante acanhado e de outro lado, no despertar dos jovens, que desde
o mês de junho vem realizando protestos por todo o país e no dia 11
de julho, se juntaram aos trabalhadores.
Para a geração que era jovem na década de
1960, antes do golpe militar, os protestos e o Dia Nacional de Lutas
trouxeram a lembrança de suas lutas, comuns naquela época e que
foram encolhendo após o golpe militar de 1964, em decorrência da
forte repressão. Para os jovens que saíram às ruas e que na sua
maioria, formam a primeira geração pós-ditadura, foi uma novidade
e o despertar da consciência da importância da luta, para a
obtenção de conquistas necessárias à sociedade.
A medida que, os protestos foram acontecendo e,
como consequência do Dia Nacional de Lutas, os sindicalistas
chegaram a uma pauta comum, com a defesa de velhas bandeiras,
concentradas principalmente, no fim do fator previdenciário, na
jornada de 40 horas sem redução de salário e no aprofundamento da
reforma agrária.
De outro lado, os protestos de junho também
foram apontando sua pauta em torno de melhores serviços públicos
para os brasileiros, especialmente mais verbas para a saúde e para
uma educação de qualidade, além do fim da corrupção e o repúdio
aos atuais partidos políticos, pela constatação da falência do
atual sistema político-partidário. Entre as reivindicações estão
também a democratização dos meios de comunicação e a taxação
das grande fortunas.
Para os governantes, a hora é de negociar,
sentar à mesa, ouvir a reivindicações e resolver, o mais rápido
possível, as demandas da população.
Para o historiador americano, Marshall Eakin,
estudioso das questões do Brasil, o grande desafio para os próximos
meses é a mobilização nacional se sobrepor à lentidão estatal.
Parece-nos que o maior entrave às exigências
da população está no Legislativo, que nesta semana já sepultou o
Plebiscito proposto pela Presidente Dilma, para a reforma política,
que não encontra apoio entre a maioria conservadora do Congresso
Nacional.
Uma coisa é certa, os governantes levaram um
grande susto com as mobilizações e, a partir de agora, sabem que a
população estará atenta a seus atos e, se for preciso, voltará às
ruas.
Marina Lima Leal
Julho de 2013
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