sábado, 28 de julho de 2012
Ações da SMEC
3. Formação
Ao assumir
constatamos que havia um grande índice de reprovação, especialmente na primeira
série. Começamos um trabalho de formação com os professores, no qual contamos
com a participação da Faculdade de Educação da UFRGS.
Aos
professores das demais séries se oferecia um processo de formação continuada. O
primeiro encontro ocorreu logo no início de março de 1986, reunindo toda a
rede.
As escolas
municipais também foram convidadas a discutirem o tema da Educação e trazerem
suas sugestões para a Secretaria encaminhar ao Congresso Constituinte, que
tinha sido eleito, para elaborar a nova
Constituição do Brasil.
As merendeiras também recebiam formação sobre
a importância de sua função na Escola. Nestes encontros, além da integração,
elas trocavam experiências. A professora Vera, responsável pelo setor de
Merenda Escolar era incansável no atendimento a estas profissionais.
As hortas
escolares, projeto que teve a participação da Petrobrás, foram muito importantes
no fornecimento de verduras e legumes, frescos e de boa qualidade para
enriquecerem a merenda.
4. Colônia de
Férias
Logo que
assumimos, reunimos as diretoras e propomos a elas que mantivessem suas escolas
abertas durante as férias, com recreação e distribuição de merenda para as
crianças. Seis diretoras se dispuseram e, nestas escolas, os setores de Merenda
Escolar e de Esporte e Lazer, trabalharam com os alunos que optaram por
participar dessas atividades.
No 2º ano o
projeto recebeu o nome de Colônia de Férias e se desenvolvia no Parque Getúlio
Vargas (Capão do Corvo), onde eram desenvolvidas as atividades recreativas e
artísticas e a merenda escolar era servida, na Escola Edgar Fontoura, que fica
bem próxima ao Parque.
Projeto
Irmãozinho – por este projeto, os irmãos menores dos alunos podiam vir juntos
para a escola receber a merenda. Um bom número participou e foi muito
importante para os pais, especialmente os que trabalhavam fora, por terem onde
deixar seus filhos, que recebiam alimento e recreação.
domingo, 22 de julho de 2012
Escola Municipal Guajuviras
Inauguração da Escola Municipal Guajuviras inaugurada no bairro ocupado em 1987. Foto e reportagem do Jornal Radar do dia 9 de julho de 1987.
Ações da SMEC no período 1986/87 - cont.
2. Ampliação do número de vagas
Quando
assumimos a Secretaria havia diversas escolas que funcionavam em 3 turnos de 3
horas, devido a falta de vagas. Estas escolas se localizavam, especialmente, no
bairro Mathias Velho. Era uma situação insustentável, principalmente
considerando que era uma região bastante pobre, onde a grande maioria das mães
trabalhava fora de casa e a escola deveria funcionar como um apoio, pelo menos
em um turno.
As escolas
Thiago Würth e David Canabarro foram ampliadas, aumentando 570 vagas na região. Outras escolas também
ganharam mais salas como a Gonçalves Dias e a General Neto. A Escola Tancredo Neves, foi
a primeira inaugurada em nossa gestão. Estava sendo construída, quando assumimos.
Abrimos novas
turmas de alfabetização de jovens e adultos com recursos da Fundação Educar.
Naquela época
o atual município de Nova Santa Rita era o 2º distrito de Canoas. Zona
predominantemente rural. As escolas de lá eram também atendidas pela Secretaria
e recebiam uma atenção especial por serem escolas rurais na quase totalidade.
Duas delas não possuíam água encanada: a Campos Sales e a Miguel Couto. Ambas
foram contempladas com poços artesianos. As demais escolas receberam caixas d’água.
Santa Rita
ganhou também uma Escola Fazenda, velho sonho do Prefeito. Funcionava em regime
de semi-internato e era destinada especialmente aos filhos de agricultores. Um
dos objetivos era fazer com que permanecessem no campo.
Na década de 1980 a COHAB havia construído
uma vila na chamada Fazenda Guajuviras. As casas populares estavam prontas, mas
não havia autorização para as pessoas morarem. Em 1987, o povo se organizou e
ocupou estas casas. Eram cerca de 30 mil pessoas.
Havia no
Loteamento, 4 escolas, somente o prédio. O povo que ocupou as casas tinha filhos,
que necessitavam continuar seus estudos. A Prefeitura decidiu colocar em
funcionamento duas delas: uma no Setor 1 e outra no setor 5.
A Escola do
Setor 1, que recebeu posteriormente o nome de Guajuviras, foi inaugurada em 04
de julho de 1987 e a do Setor 5, que hoje se chama Carlos Drumond de Andrade,
no dia 22 de agosto do mesmo ano.
Cada uma
possuía 16 salas de aula, que logo ficaram lotadas de alunos. Foi uma
verdadeira batalha equipar estas escolas, fazer as instalações de luz e água e
providenciar os professores e funcionários para nelas atuarem.
A questão
pedagógica foi enfrentada pela equipe de supervisores e orientadores da SMEC
que, junto com os professores da escola, tiveram que se desdobrar para que os
alunos, vindos dos mais diversos locais, com diferentes níveis de aprendizagem,
pudessem continuar seus estudos com sucesso e os professores e funcionários,
que vinham trabalhando desde o início do ano letivo, pudessem ter assegurado
seu período de férias.
A SMEC possuía
2 capatazias que foram muito importantes na tarefa de deixar as escolas em
condições de funcionamento. Aliás, logo após assumirmos, as capatazias
organizaram o que chamaram de “arrastão”, que consistia em deslocar o pessoal
para as escolas e lá permanecer até que a diretora os liberasse, porque não
havia mais nenhum conserto para fazer. No primeiro ano de administração, 36 das
42 escolas receberam o “arrastão” segundo levantamento do diretor Elton, que
administrava as capatazias, juntamente com o professor Adílpio. Qualquer
problema que a escola tivesse na sua estrutura, as capatazias eram acionadas
para resolvê-lo.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Forum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
A reunião do Forum, aconteceu em Brasília e reuniu os Secretários Municipais de Educação de todo o país. Na foto, uma discussão em grupo.
Ações desenvolvidas pela Secretaria
AÇÕES DESENVOLVIDAS NA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E
CULTURA DE CANOAS, NO PERÍODO DE 1986/1987
1. Eleição de
Diretores:
Foi bastante
difícil fazer uma síntese do período que estive à frente da Secretaria. Não
encontrei registros, apenas jornais da época, que guardei. A medida que reli as notícias do período, fui lembrando
algumas ações.
Quando assumi,
em janeiro de 1986, as diretoras das escolas ( havia apenas um diretor, as
demais eram mulheres) eram cargos de confiança do Prefeito. Eu vinha do
movimento sindical, onde travávamos uma grande luta para eleger os diretores
das escolas estaduais. Já tínhamos conquistado a lista tríplice. Achei que não
poderia manter o processo de nomeação de diretores, sem o aval da comunidade
escolar. Conversei com o Prefeito e ele concordou. Decidimos então, que eu
passaria nas escolas e pediria aos professores e funcionários que indicassem três nomes, dos quais, um
sairia o diretor.
Esta seria uma situação provisória, até que
fosse criada a lei que estabelecesse a eleição. Assim fiz. Houve reações
diversas: em algumas escolas a medida foi recebida com alegria, em outras, onde
a direção já estava estabelecida há muitos anos, a reação foi contrária. Entre
os professores e funcionários, de modo geral, a medida foi recebida com simpatia,
por sentirem-se participantes do processo de escolha.
Um grande
número de diretoras permaneceu por razões diversas, como a titulação dos
profissionais das escolas ou o pequeno número, uma vez que as escolas, na
maioria, eram pequenas
Neste mesmo ano de 1986, o
projeto de lei que versava sobre a eleição de diretores, foi enviado à Câmara
de Vereadores que o aprovou, sem dificuldades, porque já havia entre os
professores municipais o desejo de eleger seus diretores, o que eles manifestavam
através de sua luta.
A primeira lei
estabelecendo normas para a eleição de diretores na rede municipal de Canoas
recebeu o número 2.481, de 29 de dezembro de 1986; os artigos 13 e 14 dessa lei
foram modificados pela lei número 2.548, de 25 de novembro de 1987, para que o
primeiro processo de eleições pudesse
acontecer no final no ano letivo; assim sendo, o primeiro processo eleitoral
foi realizado em dezembro de 1987.
A
Lei 2.481 estabelecia, em seu artigo 1o "A escola municipal de
primeiro grau, cujo funcionamento tenha sido autorizado nos termos da
legislação vigente, que conte com mais de três (03) professores em efetivo
exercício do Magistério, poderá eleger seu diretor na forma desta Lei. Haverá
coincidência nas eleições para todas as escolas." O mandato do diretor foi
estabelecido em 2 anos.
Foi
uma grande satisfação para mim, ser a titular da Secretaria quando se iniciou o
processo de eleição de diretores nas escolas municipais.
domingo, 15 de julho de 2012
Recorte do Jornal da época
Publicação do Jornal o Timoneiro sobre minha saída da Secretaria, bem como dos colegas que me acompanharam
Posse
Assinatura do Livro de Posse como Secretária Municipal de Educação e Cultura, em 02 de janeiro de 1986, na presença de alguns secretários
Desempenhando nova função
COMO ME TORNEI SECRETÁRIA
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE CANOAS
Considero importante
retroceder um pouco na história, há um ano após eu ter vindo residir em Canoas,
1968. Neste ano, houve eleição para substituir o Prefeito Hugo Simões Lagranha,
que terminava seu mandato. Foi eleito Carlos Giacomazzi, que não chegou a
assumir porque, o decreto de número 314/68, do governo militar possibilitou que
nosso município passasse a ser considerado como
Área de Segurança Nacional. Nestes municípios, os prefeitos passaram a
ser nomeados pelo Presidente da República. Hugo Lagranha, foi nomeado para permanecer no governo até
julho de 1971; daí por diante, até 1985, os prefeitos de Canoas foram nomeados.
Neste ano, com o processo de abertura política, nosso município voltou a
escolher seu prefeito e o povo canoense elegeu novamente a Carlos Giacomazzi
que, desta vez, assumiu em 01 de janeiro de 1986.
Fui convidada pelo novo
Prefeito para assumir a Secretaria Municipal de Educação e Cultura. A posse
ocorreu em 02 de janeiro de 1986. Foi uma rica experiência. Até aquele momento
eu havia trabalhado em escola, na sala de aula e esta nova função exigia muitas
outras habilidades. Aos poucos fui aprendendo a administrar. Foi uma
aprendizagem difícil, mas que trouxe muitas alegrias e realizações.
Fiquei na função até o
início de 1988, último do mandato do prefeito. Não fiquei até o final, em
virtude de uma paralisação do funcionalismo municipal. Quando foi decretada, o Prefeito chamou todos os secretários para uma reunião e
ordenou que os pontos dos grevistas fossem cortados. Voltei para a Secretaria e
não tomei nenhuma medida punitiva, pois seria uma incoerência de minha parte,
que sempre defendi a greve quando atuava no sindicato, punir meus colegas de
trabalho.
É claro que esta atitude
repercutiu nas outras secretarias e alguns secretários condenaram minha
atitude. Achavam que eu deveria cortar o ponto dos grevistas, assim como eles
fizeram, para cumprir a determinação do Prefeito. Diante da situação, não tive
mais clima para continuar no secretariado. Saí, mas fiquei com a consciência tranquila,
porque mantive a coerência.
Junto comigo, em
solidariedade, saíram também os diretores Elton Gilson Cezimbra da Rosa, do
Departamento de Serviços Auxiliares e Geraldo Recktenvald, do Departamento de Desporto Lazer e Recreação,
a coordenadora da Merenda Escolar, Vera Maria Stoffel Biassusi e o responsável
pelo Setor de Manutenção, de Imóveis e Equipamentos, Adílpio Antonio Zandonai. Todos trabalhavam comigo na Secretaria.
sábado, 7 de julho de 2012
Aposentadoria
Estas flores recebi dos colegas do Colégio Rondon, por ocasião de minha aposentadoria, do cargo de professora da rede pública estadual
Próximo à aposentadoria
ESCOLAS ONDE
TRABALHEI NOS ÚLTIMOS ANOS ANTES DA APOSENTADORIA
No segundo
semestre de 1996, quando retornei da cedência para o 20º Núcleo do CPERS, fui
dar aulas na Escola Estadual Érico Veríssimo, no bairro Igara, a convite do
diretor Bambino Moreto. Lecionei História para várias turmas de 5ª série. Não
foi muito fácil voltar a lecionar para alunos menores, mas consegui vencer as
dificuldades, pois o ambiente na escola era muito bom e o diretor, um grande
parceiro.
Fiquei no
Érico Veríssimo apenas um semestre, devido à distância de casa e certa
dificuldade que sentia, em trabalhar com pré-adolescentes.
No ano de 1997
fui para o Colégio Rondon, que fica próxima de minha casa, convidada pela
diretora, professora Ana Maria Martins, minha ex-aluna e grande amiga. A escola
precisava de uma professora de minha área para o Ensino Médio, o que coincidiu
com meu interesse de voltar a lecionar alunos maiores.
Fiquei no
Rondon apenas dois anos, em virtude de minha aposentadoria. Foi uma ótima
experiência, pois a escola era considerada a mais mobilizada de Canoas o que para
mim, que vinha do movimento sindical, era ótimo. Sentia-me muito à vontade. O
Conselho escolar, que foi conquistado com muita luta, era realmente atuante, o
que não acontecia na maioria das escolas. Havia reunião de professores e
formação no local de trabalho.
Por ocasião de
minha aposentadoria, em 1998, recebi,
juntamente com o colega Antenor Balbinot, que também se aposentou, uma
homenagem da direção e colegas. Foi uma bela iniciativa da Escola, que me
emocionou.
domingo, 1 de julho de 2012
Carmem, Nídia, Arlinda e Marina, ex-professoras da Escola André Leão Puente, na Sala de Informática, que na época em que lecionavam na Escola, era ocupada pela Secretaria e Sala da Direção. Foto tirada recentemente, no dia 26 de junho último, por ocasião das comemorações dos 80 anos do André Puente.
Foi uma visita para recordar e amenizar a saudade.
Foi uma visita para recordar e amenizar a saudade.
Vida Profissional
ESCOLA ESTADUAL ANDRÉ LEÃO
PUENTE
Comecei a
lecionar na Escola André Leão Puente em 1972, a convite da
diretora, professora Arlinda Porto Borges.
Aquele ano foi de grandes mudanças, pois o Grupo Escolar, que atendia
alunos até a 5ª série, começou a se transformar numa escola onde o aluno poderia ficar mais tempo, ou
seja, até a 8ª série, o que agradou muito a comunidade escolar e,
principalmente, aos alunos. Comigo chegaram diversas outras colegas, pois
com a mudança, era necessário um número bem maior de professores, porque a
partir da 6ª série, os alunos deveriam ter um professor para cada disciplina,
diferentemente do antigo primário, onde cada turma era atendida por um só
professor.
Lecionava as
disciplinas de: História, Geografia, Organização Social e Política do Brasil
(OSPB), Educação Moral e Cívica. Para um professor de minha área era sempre
necessário ministrar diversas disciplinas, porque a carga horária das mesmas
era pequena (uma ou duas aulas por semana). Sempre tinha que preencher muitos
cadernos de chamada.A experiência de dar aulas para alunos maiores foi muito
boa. Sempre preferi trabalhar com adolescentes.
Trabalhei no
André Leão Puente até 1985. Nos anos de 1986 e 1987, fui cedida para o
município de Canoas, para exercer a função de Secretária Municipal de Educação;
em 1988, retornei ao André, onde fiquei até 1995, quando saí novamente, para
exercer a função de diretora do 20º Núcleo do CPERS/Sindicato. Trabalhei no
André por 21 anos, portanto, foi a Escola onde fiquei por maior período. Ali
ensinei e aprendi muito. Tive excelentes alunos e colegas, com os quais
mantenho relação de amizade até hoje.
No ano de 1985
foi criado, por iniciativa da professora Lygia Caputo Sum, um grupo de
professoras aposentadas da Escola, que se reuniu pela primeira vez, no dia 27
de maio daquele ano, para comemorar a aposentadoria da colega Aida Vaz. Com
o passar dos anos, outras aposentadas
vieram se agregar ao grupo que, há mais de
20 anos, continua se encontrando uma vez por mês para conversar, tomar um
chá e cultivar uma bela relação de amizade, que teve início, quando se
conheceram como educadoras, no “André Leão Puente”.
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