COMO ME TORNEI SECRETÁRIA
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE CANOAS
Considero importante
retroceder um pouco na história, há um ano após eu ter vindo residir em Canoas,
1968. Neste ano, houve eleição para substituir o Prefeito Hugo Simões Lagranha,
que terminava seu mandato. Foi eleito Carlos Giacomazzi, que não chegou a
assumir porque, o decreto de número 314/68, do governo militar possibilitou que
nosso município passasse a ser considerado como
Área de Segurança Nacional. Nestes municípios, os prefeitos passaram a
ser nomeados pelo Presidente da República. Hugo Lagranha, foi nomeado para permanecer no governo até
julho de 1971; daí por diante, até 1985, os prefeitos de Canoas foram nomeados.
Neste ano, com o processo de abertura política, nosso município voltou a
escolher seu prefeito e o povo canoense elegeu novamente a Carlos Giacomazzi
que, desta vez, assumiu em 01 de janeiro de 1986.
Fui convidada pelo novo
Prefeito para assumir a Secretaria Municipal de Educação e Cultura. A posse
ocorreu em 02 de janeiro de 1986. Foi uma rica experiência. Até aquele momento
eu havia trabalhado em escola, na sala de aula e esta nova função exigia muitas
outras habilidades. Aos poucos fui aprendendo a administrar. Foi uma
aprendizagem difícil, mas que trouxe muitas alegrias e realizações.
Fiquei na função até o
início de 1988, último do mandato do prefeito. Não fiquei até o final, em
virtude de uma paralisação do funcionalismo municipal. Quando foi decretada, o Prefeito chamou todos os secretários para uma reunião e
ordenou que os pontos dos grevistas fossem cortados. Voltei para a Secretaria e
não tomei nenhuma medida punitiva, pois seria uma incoerência de minha parte,
que sempre defendi a greve quando atuava no sindicato, punir meus colegas de
trabalho.
É claro que esta atitude
repercutiu nas outras secretarias e alguns secretários condenaram minha
atitude. Achavam que eu deveria cortar o ponto dos grevistas, assim como eles
fizeram, para cumprir a determinação do Prefeito. Diante da situação, não tive
mais clima para continuar no secretariado. Saí, mas fiquei com a consciência tranquila,
porque mantive a coerência.
Junto comigo, em
solidariedade, saíram também os diretores Elton Gilson Cezimbra da Rosa, do
Departamento de Serviços Auxiliares e Geraldo Recktenvald, do Departamento de Desporto Lazer e Recreação,
a coordenadora da Merenda Escolar, Vera Maria Stoffel Biassusi e o responsável
pelo Setor de Manutenção, de Imóveis e Equipamentos, Adílpio Antonio Zandonai. Todos trabalhavam comigo na Secretaria.
Parabéns pela atitude! Manter a coerência política quando em cargas de mando não é tarefa muito fácil.
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