segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Minha formatura do Curso Ginasial, sendo cumprimentada pela diretora da escola. Na época se festejava a formatura de ginásio com convites, paraninfo e tudo o mais que requer este tipo de comemoração.
A encíclica Paz na Terra, do mesmo papa João XXIII, era também muito lida pelos jovens da década de 1960.
A leitura da Encíclica Mater et Magistra era considerada obrigatória para os membros da JEC e muito lida pelos dirigentes das entidades estudantis.
Os membros da diretoria da União Montenegrina de Estudantes, possuíam esta carteira de identificação.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Parte da Diretoria da UMES

Desfile representando a UMES, 1963


A POLÍTICA ESTUDANTIL E A AÇÃO CATÓLICA

No Colégio São José, iniciei a participação na política estudantil, através do Grêmio da Escola, do qual fiz parte de diversas diretorias.
         Em 1962 fui convida a participar das eleições para a direção da União Montenegrina de Estudantes (UMES), pela  chapa denominada de “Coalizão” que era encabeçada por Natanael Machado Barreto.Eu era a vice; dos demais membros, não recordo. Fomos eleitos e, então, pude conhecer a política estudantil de forma mais ampla. Naquela época, o movimento estudantil lutava não só pelas questões ligadas aos estudantes, mas pelas grandes questões nacionais. Aprendi muito com esta atividade e aí comecei a compreender a importância da política na vida das pessoas.
Participei também da Juventude Estudantil Católica (JEC) da qual fui dirigente. Com seu tradicional método de: Ver, Julgar e Agir, abria nossa visão para os problemas sociais e ajudava na nossa formação religiosa e também política.
Os ensinamentos de João XXIII, na sua Encíclica “Mater et Magistra” nos apontavam para a atitude que o cristão deveria ter diante dos problemas sociais. A leitura desta e de outras encíclicas, como Pacem in Terris, também do papa João XIII se  tornava obrigatória para quem, como nós, se preocupava com as causas sociais. Estas encíclicas, bem como a doutrina cristã como um todo, colaboraram muito para a minha forma de pensar e ver o mundo.
Em 1961, quando rompeu o Movimento da Legalidade, as lideranças estudantis de nossa cidade se reuniam e discutiam de que forma os estudantes poderiam colaborar, para que a Constituição Brasileira fosse respeitada. O governador Leonel Brizola, pela sua liderança neste movimento, passou a ser reconhecido, por estes jovens, pela sua coragem e iniciativa.

Grupo que fazia parte do Clube de Francês

Esta foto foi tirada no pátio da Escola, na escada que levava ao Auditório. Ano: 1960

domingo, 16 de outubro de 2011

Passeio às praias do Guaíba,1958

Esta foto foi tirada à beira do Guaíba, com minha irmã Maria e colega Talia. Chama a atenção a roupa  que a gente usava para um passeio destes. Não se usava calça comprida, muito menos, bermudas.

Foto com as colegas do Colégio num passeio às praias do Guaíba 1958


A ADAPTAÇÃO À NOVA ESCOLA E À NOVA VIDA

No Colégio São José estudava a elite da cidade e, naquela época, principalmente nas cidades do interior, as diferenças sociais eram maiores ou, pelo menos, apareciam mais. Chegar, de uma sociedade de costumes simples, rural e se integrar numa sociedade urbana e conviver com colegas com grande poder aquisitivo, não era uma tarefa muito fácil, mas minha irmã e eu fomos conseguindo o respeito da turma pelo estudo. Aprendíamos com facilidade e muitas vezes as colegas ricas, vinham se socorrer conosco, quando não entendiam algum conteúdo.
Havia, porém, colegas como a gente, filhas de gente humilde e que, como nós, estavam nesta Escola. Com a maioria destas fizemos grandes amizades. Algumas ainda se conservam até hoje, mais de 50 anos depois.
Tinha muita facilidade em Matemática e, por isso, logo me tornei professora particular de muitas colegas, que tinham dificuldade com a matéria. Com isto ganhava um dinheirinho, que ajudava a comprar as coisas de que necessitava.
Tive uma professora de Matemática, que jamais esquecerei. Era a irmã Dulcina. Era alta, de porte elegante e a turma contava histórias, de que pertenceria a uma rica família e que largou tudo para ser freira, provavelmente por causa de alguma desilusão. Nunca fiquei sabendo se esta história era verdadeira, assim como outras que inventavam sobre outras freiras, nossas mestras.
A professora de latim era a irmã Rosa Cândida que foi apelidada pela turma de “Silepse”; a de francês era  a irmã Claire de Jesus, que fazia questão que a gente pronunciasse seu nome na língua que lecionava. Havia também as professoras leigas como a dona Nice Schiller, que nos dava Filosofia e a dona Helly Campos que era encarregada das didáticas. Aliás, foi com ela, que eu consegui compreender o significado verdadeiro das frações.
Aproveitei também este período para fazer cursos como o de datilografia que me ajudou muito durante toda a vida. Primeiro porque, quando o professor permitia, eu entregava o trabalho datilografado, porque sempre tive uma letra horrível. Depois, como professora, para datilografar as provas dos alunos e, mais tarde, para lidar com o teclado do computador. Fiz também o curso de corte e costura, juntamente com minha irmã Maria. Este também foi muito útil. Durante muito tempo, fizemos nossas próprias roupas. 
Na escola participei de grupo de teatro, clube de francês e todas estas experiências foram muito importantes na minha vida.

Colégio São José de Montenegro

domingo, 2 de outubro de 2011

Desfile da Semana da Pátria com o uniforme do Colégio
As alunas normalmente desfilavam com muito orgulho, representando a Escola.
Este desfile foi no ano de 1960 e eu estava na 4a série ginasial.
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sábado, 1 de outubro de 2011

Mudando de residência


MUDANÇA PARA A CIDADE DE MONTENEGRO PARA CONTINUAR OS ESTUDOS
No final do ano de 1956, depois de convencer nossos pais de que queríamos continuar estudando, minha irmã Maria e eu prestamos exame de admissão no Colégio São José, em Montenegro, fomos aprovadas e, no ano seguinte, começamos a cursar o ginásio, como se chamava esta etapa de estudos, naquela época.
As dificuldades foram muitas: tivemos que sair de nossa casa, no campo, para morar na cidade, junto com um casal de tios com os quais não tínhamos uma relação muito próxima; nossos  pais eram  pequenos agricultores, que não tinham salário fixo, com poucas condições de nos manter estudando fora de casa e ainda numa escola particular,pois em Montenegro não havia ginásio em escola pública, apenas o primário. Ficamos morando com nossos tios durante um bom tempo, em que sentíamos muita saudade de nossos pais.
Convencidos de que iríamos permanecer por muito tempo em Montenegro, nossos pais adquiriram uma casa para morarmos. Para ela nos mudamos: meu irmão Omar, minha irmã Maria e eu.
Era muito bom morar na nossa casa,  mas faltava a presença de nossos pais. A vida não era  fácil. Além de frequentar às aulas e estudar, ainda tínhamos todo o serviço da casa para fazer, inclusive as refeições éramos nós que preparávamos.
Nossa escola foi o Colégio São José, onde acabamos cursando o Ginásio e o Curso Normal. Era um Colégio, administrado pelas irmãs, só para meninas como era costume na época. Havia, há duas quadras do São José, o Colégio São João, dos irmãos maristas, que só matriculava meninos. Muitos encontros aconteciam no final das aulas e muitos casamentos tiveram início nestes encontros.