sábado, 31 de dezembro de 2011

Museo do Trem

Bela construção que abriga o museu do trem e funciona como uma estação para os trens que ligam Madrid a outra localidades.

Museo Reina Sofia

Guernica de Picasso é a grande joia deste museu que aposta na arte contemporânea e, especialmente nos artistas espanhóis. Importantes obras de Salvador Dalí e de Miró fazem parte do acervo do museu.

Metrô

Estação do Metrô, que os espanhóis, como os portugueses, chamam de metro. Um painel, dentro das estações, avisa quantos minutos falta para a chegada do trem, pontualmente.

Plaza Mayor

É considerada o centro da cidade desde que Felipe II a transformou  na sede da Corte em 1561. Ainda hoje ela continua acolhendo muitos tipos de atividades como teatro, centro cívico, centro de informações turísticas, comércio...

Puerta Toledo

Esta é a Puerta Toledo, que ficava em frente a nosso Hotel.

Em Frente ao Hotel Puerta Toledo

Em frente ao Hotel Puerta Toledo, onde nos hospedamos.

De Lisboa a Madrid

No avião da Embraer, no voo de Lisboa a Madrid

Madrid

Na 6ª feira, dia 9 de setembro, cedinho, embarcamos para um voo de Lisboa a Madrid. Para surpresa nossa, o avião era da EMBRAER, fabricado no Brasil, ERJ 145. Viajamos por cerca de 2 horas e lá estávamos nós no Aeroporto de Barajas, na bela Madrid.
              Em Madrid, no Hotel Puerta de Toledo, permanecemos do dia 9, até nosso retorno ao Brasil, no dia 17, sendo que na 4ª feira, dia 14, fomos a Paris.
              Madrid é de uma beleza estonteante. Sua arquitetura vai do muito antigo ao que há de mais moderno. Poder-se-ia dizer que a cidade é um museu a céu aberto. Os parques, as fontes, as igrejas e os museus atraem turistas de todas as partes.
              Assistimos à missa de domingo na Catedral de Almudema, uma construção belíssima, com lindas e delicadas colunas e pinturas maravilhosas no teto.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Lanche

Andréa lanchando, em Cintra,  mostrando o mapa de Portugal.

Carruagem

Carruagem usada para passeios turísticos em Cintra.

Cintra

Cintra é uma linda cidadezinha,localizada na serra e caracterizada por seus castelos, construídos em cima dos morros.

Capelinha

Esta é a capelinha construída no exato lugar onde Nossa Senhora apareceu. Passam por ela milhares de pessoas. Pode-se ver  a movimentação dos fieis, através da internet.

Azinheira

Este é um pé de azinheira. Não é o mesmo que existia quando Nossa Senhora apareceu, porque as pessoas foram levando, folhinha por folhinha "de lembrança", até que terminaram com a árvore. Então, esta foi plantada no lugar.

Santuário de Fátima

Este é o Santuário de Fátima, vendo-se ao fundo a Basílica. Há ainda no complexo uma linda Igreja, com capacidade para 10 000 pessoas, onde são rezadas diversas missas por dia, e a capelinha, no local onde Nossa Senhora teria aparecido aos pastorinhos.

Pastéis de Belém

Estes são os famosos pasteis de Belém. Tem o formato de nossas empadas. Há uma confeitaria no bairro de Belém,em Lisboa, que é a mais antiga fornecedora dos pasteis. A receita é guardada a 7 chaves e passa de geração a geração. Na hora de saborear, polvilha-se canela em pó, conforme o gosto.


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Oceanário

Oceanário de Lisboa, o maior do mundo. Construído junto com um grande complexo, em 1998, para comemorar os 500 anos da descoberta do caminho das Índias, por Vasco da Gama e para sediar a Expo/98, evento mundial, em defesa do Planeta. O boneco se chama Vasquinho, em Homenagem ao decobridor.

Torre de Belém

Torre de Belém, monumento com mais de 500 anos, localizada à margem do Rio Tejo e de onde saía a maioria das grandes expedições, em busca de novas terras.

Sala de estar do Hotel onde nos hospedamos

Esta era uma das salas de estar do Hotel onde nos hospedamos.

Igreja de São Sebastião

Esta é a Igreja de São Sebastião, onde assistimos missa no dia em que chegamos a Lisboa.

Aeroporto de Lisboa

Esta foto é de nossa chegada ao Aeroporto de Lisboa. É imenso. Ao fundo vemos o avião da TAP que nos levou de Porto Alegre a Lisboa. Andréa não aparece na foto, porque foi a nossa fotógrafa.

A viagem dos sonhos

Sempre sonhei em conhecer alguns países da Europa como Portugal, Espanha, França e todos os demais que pudesse. Achava, porém, que este sonho nunca seria realizado.
No ano de 2011, minha filha Andréa começou a insistir para que fôssemos com ela, que já havia ido por duas vezes ao Velho Mundo. De início achei que seria quase impossível, principalmente em virtude da saúde de meu marido. Lembrei-me, no entanto, que ele ficou entusiasmado, quando da inauguração do voo direto: Porto Alegre/Lisboa, inaugurado em junho deste ano. Tentei convencê-lo, com a ajuda decisiva da Andréa e dos seus médicos – Ângela e Gustavo - que achavam que ele deveria ir sim.
Quando conseguimos seu consentimento, começamos a correria para fazer os passaportes, cartões de débito especial para o exterior, seguro saúde e mais algumas providências que se fazem necessárias para uma viagem deste tipo. Para isso contávamos com a experiência da Andréa que já iria pela 3ª vez à Europa.
Depois dos preparativos, chegou, afinal, o grande dia – 3 de setembro. Embarcamos às 19hs no Aeroporto Salgado Filho, rumo à Lisboa que fica há 8.793km com uma diferença de fuso horário de 4 horas. De Porto Alegre a Natal, o avião da TAP (Transportes Aéreos Portugueses) sobrevoou o Brasil, após, o Oceano Atlântico.
Foi uma viagem tranquila, apenas alguma turbulência na região do equador. Podíamos acompanhar o voo através do GPS, ver filmes ou escutar músicas, de acordo com nossa preferência. Tudo sem sair de nosso assento. A viagem durou aproximadamente 10h30 min e foram servidas 2 refeições: o jantar e o café da manhã.
Não dormimos quase nada, muito em função da expectativa da viagem que, por esta razão, tornou-se um pouco mais cansativa.
A chegada ao Aeroporto de Lisboa, foi inexplicável. Eu quase não acreditava que estava lá. Tivemos que andar muito, para chegar ao local onde fomos retirar nossa bagagem, devido ao tamanho do aeroporto. De lá tomamos um taxi até nosso hotel: Real Palácio, que possuía ótimas acomodações.
No mesmo dia (domingo) fomos à missa na Igreja São Sebastião, uma igreja antiga, muito semelhante as nossas da região de Minas histórica e que fica bem próximo do Hotel.
Permanecemos em Lisboa até 6ª feira dia 9 de setembro, quando embarcamos para Madrid.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Rompendo com a ordem cronológica

A partir da próxima postagem, me afastarei da linha que vinha seguindo, mais ou menos cronológica, para registrar algumas impressões sobre a viagem que fiz, com meu marido e minha filha Andréa, à Europa em setembro deste ano. Resolvi proceder desta forma, porque se fosse seguir como vinha fazendo até então, demoraria muito a chegar o momento de falar sobre a viagem e isto ocasionaria, com certeza, a perda de muitos detalhes.

Visita de montenegrinos a Santa Fé

Este é o grupo que esteve em Santa Fé, quando eu estava lá. Nele se encontra meu irmão Omar, primeiro à esquerda em pé e, a seu lado esquerdo, minha cunhada Ivete. A seguir, Mário, já falecido e eu, um pouco mais atrás. Não recordo o nome de todos.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Foto tirada junto a um monumento, quando de minha visita à cidade de Rosário na República Argentina
Foto tirada, quando da visita de meu irmão Homero. Junto conosco um professor baiano, que vivia em Santa Fé

Minha vida em Santa Fé

MINHA VIDA EM SANTA FE
Minha “família argentina” era formada por três pessoas, o casal, Dona Maria Eugênia e Dom Cirilo e Dardo, o filho do casal.
Logo que cheguei, dona Maria Eugênia me mostrou o quarto que foi reservado para mim. Ficava no 2º piso da casa. Achei bom, porque minha privacidade ficaria mais preservada.
No dia seguinte fomos conhecer a Faculdade, onde fui apresentada. O curso em que eu poderia aproveitar o maior número de cadeiras, neste curto período, era o de Educação Sanitária. Apesar de ser da área da saúde, estava muito ligado à educação e isto pude constatar, quando começamos a participar de campanhas educativas como a de prevenção à raiva, quando visitávamos escolas e comunidades.
A turma da Faculdade decidiu por fazer uniforme e eu, não tive dúvidas: comprei o tecido e fiz, eu mesma, o meu. A decisão me favoreceu. Tinha levado pouca roupa e, deste modo, não tinha que me preocupar com isto. Nosso uniforme era tipo um jaleco cinza, com detalhes em vermelho. A gente o colocava por cima da roupa e pronto.
Minhas colegas, todas mulheres, me tratavam muito bem mas, assim como se eu fosse um ser diferente, que falava outra língua. Aos poucos ficamos amigas e, quando rompeu uma greve dos professores na Faculdade, uma colega, chamada Rosa, que tinha casa em Córdoba, nos levou a passar uns dias nesta linda cidade da serra argentina. Assim tive oportunidade de conhecer mais um pouco deste lindo país. Conheci também Rosário onde passei um dia, acompanhada de um amigo da família e do Brasil, Hugo Mataloni, que me levou nos principais pontos turísticos da cidade. É uma cidade bem maior do que Santa Fé, que tinha na época, uns 300 mil habitantes.
Fui também a Buenos Aires passar uns dias com Maria Eugênia e Cirilo. Achei a cidade lindíssima, o Parque Palermo, a Casa Rosada, o Obelisco, Camiñito o aeroporto de Ezeiza e muitos outros lugares, que já não me recordo.
Foi uma experiência muito importante para mim, que nunca havia saído de casa. Conheci muitas coisas e pessoas interessantes, além de aprender uma nova língua. Visitei muitas escolas e observei aulas, pois como professora, tive muito interesse em fazer estas visitas, nas quais era apoiada por Da. Maria Eugênia, que também era professora.
Neste período que estive em Santa Fé, tive a alegria de receber uma excursão de Montenegro, em que meu irmão Omar e minha futura cunhada Ivete, faziam parte. Foi muito bom rever meus familiares e amigos. Montenegro mantinha um intercâmbio com Santa Fé, através do Dr Paulo Campos e de Da. Maria Eugênia.
Mais ou menos um mês após, tive outra grande alegria, a de receber meu irmão Homero que, sabendo que eu estava lá, foi me visitar. Isto compensava um pouco a saudade da casa.
Naquela época não existia internet e meus pais não tinham telefone, de modo que, a grande dificuldade, era a gente conseguir se comunicar com os pais e irmãos. Era por carta e estas demoravam bastante para chegar de um país a outro, mais ou menos 10 dias. A gente tinha que esperar todo este tempo e ainda não tinha a certeza, quando recebia, se os familiares continuavam bem, como quando escreveram a carta. Esta foi uma das maiores dificuldades que tive neste período. Se fosse hoje, com a internet, tudo seria bem diferente.
Em dezembro, após o Natal voltei, desta vez por outro caminho. Passamos em Buenos Aires, atravessamos o Rio da Prata até a Colônia do Sacramento, pernoitamos em Montevidéu e, após, de ônibus até Porto Alegre, via Chuí.

Com colegas do curso de "Educación Sanitaria"

Foto tirada em "Embalse del Rio Tercero", no passeio que fizemos a Córdoba. A primeira à esquerda é a colega Rosa, em cuja casa ficamos hospedadas. Data: 16/10/1964

Dom Cirilo e dona Maria Eugenia

Com "meus pais" argentinos. Foto em frente a casa em que me hospedei, em Santa Fé.

Bolsista em Santa Fé

BOLSISTA EM SANTA FÉ
Estava cursando o 3º ano do Curso Normal, quando o Dr Paulo Campos, esposo de minha professora Helly Campos, trouxe para o Colégio São José a notícia de que havia um casal na cidade de Santa Fé que estava oferecendo uma bolsa de estudos para uma aluna da Escola, que ficaria durante um semestre na casa deles e faria cadeiras de um curso superior, além de visitar estabelecimentos de ensino.. Logo me interessei e também minha colega Talia Franck . Dr. Paulo então organizou, com outras pessoas da cidade, um “concurso”, através de entrevista com as duas concorrentes. Fui a escolhida.
Os preparativos para a viagem me deixavam ao mesmo tempo feliz, por ter esta oportunidade e ansiosa por tudo o que eu teria que preparar para poder viajar, inclusive algum recurso financeiro, pois a família financiava tudo em território argentino, mas eu teria que ir até Uruguaiana, onde eles iriam me buscar, além é claro de ter que levar algum dinheiro para despesas pessoais. Tinha algumas economias conseguidas com minhas aulas particulares e meu pai me ajudou com um pouco mais. Estava também preocupada de como seria minha vida, num outro país, com língua e costumes diferentes, longe de minha família, de meus amigos mas, já que havia decidido, não poderia recuar Havia também um outro motivo para sair do país naquele momento: afastar-me um pouco do clima no Brasil, que mergulhava num regime de exceção que acabou se prolongando por mais de 20 anos.
Terminei o 3º ano Normal, fiz meu estágio, me formei em Gabinete e viajei para Santa Fé, em agosto de 1964. Fui de trem até Uruguaiana e lá estava dona Maria Eugênia me esperando. Ela havia sido bolsista no Rio de Janeiro e queria retribuir, de certa maneira, oferecendo uma bolsa a uma brasileira. De Pazo de Los Libres até Santa Fé, fomos de ônibus.
Durante a viagem, pensava no que me aguardaria na nova família e no novo país.

Foto de Paulo Freire

Esta é uma foto de Paulo Freire já com idade avançada

Paulo Freire


COMO CONHECI PAULO FREIRE

Durante  o curso Normal, visitou a nossa turma a educadora montenegrina,  Rosemary Petry, que fez um convite para quem quisesse participar, de um Curso a ser ministrado por Paulo Freire, sobre seu método de alfabetização de adultos. Ela ofereceu inclusive, acomodações em seu apartamento para quem quisesse fazê-lo.
Naquela época, quase não se falava ainda em Paulo Freire, mas fiquei interessada no curso e logo me candidatei a fazê-lo.
Paulo Freire foi o primeiro a sistematizar e experimentar um método inteiramente criado para a educação de adultos. Por este método, a alfabetização se constitui como um processo de conscientização, capacitando o aluno tanto para a aquisição dos instrumentos de leitura e escrita, quanto para sua libertação.
A metodologia desenvolvida por ele foi muito utilizada no Brasil, em campanhas de alfabetização  e, pelo fato de despertar a consciência dos alunos, ele foi acusado de subverter a ordem constituída, sendo preso após o golpe militar de 1964. Depois, exilou-se no Chile, onde encontrou um ambiente social e político favorável ao desenvolvimento de suas teses.
Neste curso, Paulo Freire detalhou seu método revolucionário, que conseguia alfabetizar em apenas 45 dias.
Desde aquele encontro, não pude mais deixar de admirar, este que considero, como o maior educador brasileiro, reconhecido internacionalmente, por sua contribuição para a Educação.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Minha formatura do Curso Ginasial, sendo cumprimentada pela diretora da escola. Na época se festejava a formatura de ginásio com convites, paraninfo e tudo o mais que requer este tipo de comemoração.
A encíclica Paz na Terra, do mesmo papa João XXIII, era também muito lida pelos jovens da década de 1960.
A leitura da Encíclica Mater et Magistra era considerada obrigatória para os membros da JEC e muito lida pelos dirigentes das entidades estudantis.
Os membros da diretoria da União Montenegrina de Estudantes, possuíam esta carteira de identificação.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Parte da Diretoria da UMES

Desfile representando a UMES, 1963


A POLÍTICA ESTUDANTIL E A AÇÃO CATÓLICA

No Colégio São José, iniciei a participação na política estudantil, através do Grêmio da Escola, do qual fiz parte de diversas diretorias.
         Em 1962 fui convida a participar das eleições para a direção da União Montenegrina de Estudantes (UMES), pela  chapa denominada de “Coalizão” que era encabeçada por Natanael Machado Barreto.Eu era a vice; dos demais membros, não recordo. Fomos eleitos e, então, pude conhecer a política estudantil de forma mais ampla. Naquela época, o movimento estudantil lutava não só pelas questões ligadas aos estudantes, mas pelas grandes questões nacionais. Aprendi muito com esta atividade e aí comecei a compreender a importância da política na vida das pessoas.
Participei também da Juventude Estudantil Católica (JEC) da qual fui dirigente. Com seu tradicional método de: Ver, Julgar e Agir, abria nossa visão para os problemas sociais e ajudava na nossa formação religiosa e também política.
Os ensinamentos de João XXIII, na sua Encíclica “Mater et Magistra” nos apontavam para a atitude que o cristão deveria ter diante dos problemas sociais. A leitura desta e de outras encíclicas, como Pacem in Terris, também do papa João XIII se  tornava obrigatória para quem, como nós, se preocupava com as causas sociais. Estas encíclicas, bem como a doutrina cristã como um todo, colaboraram muito para a minha forma de pensar e ver o mundo.
Em 1961, quando rompeu o Movimento da Legalidade, as lideranças estudantis de nossa cidade se reuniam e discutiam de que forma os estudantes poderiam colaborar, para que a Constituição Brasileira fosse respeitada. O governador Leonel Brizola, pela sua liderança neste movimento, passou a ser reconhecido, por estes jovens, pela sua coragem e iniciativa.

Grupo que fazia parte do Clube de Francês

Esta foto foi tirada no pátio da Escola, na escada que levava ao Auditório. Ano: 1960

domingo, 16 de outubro de 2011

Passeio às praias do Guaíba,1958

Esta foto foi tirada à beira do Guaíba, com minha irmã Maria e colega Talia. Chama a atenção a roupa  que a gente usava para um passeio destes. Não se usava calça comprida, muito menos, bermudas.

Foto com as colegas do Colégio num passeio às praias do Guaíba 1958


A ADAPTAÇÃO À NOVA ESCOLA E À NOVA VIDA

No Colégio São José estudava a elite da cidade e, naquela época, principalmente nas cidades do interior, as diferenças sociais eram maiores ou, pelo menos, apareciam mais. Chegar, de uma sociedade de costumes simples, rural e se integrar numa sociedade urbana e conviver com colegas com grande poder aquisitivo, não era uma tarefa muito fácil, mas minha irmã e eu fomos conseguindo o respeito da turma pelo estudo. Aprendíamos com facilidade e muitas vezes as colegas ricas, vinham se socorrer conosco, quando não entendiam algum conteúdo.
Havia, porém, colegas como a gente, filhas de gente humilde e que, como nós, estavam nesta Escola. Com a maioria destas fizemos grandes amizades. Algumas ainda se conservam até hoje, mais de 50 anos depois.
Tinha muita facilidade em Matemática e, por isso, logo me tornei professora particular de muitas colegas, que tinham dificuldade com a matéria. Com isto ganhava um dinheirinho, que ajudava a comprar as coisas de que necessitava.
Tive uma professora de Matemática, que jamais esquecerei. Era a irmã Dulcina. Era alta, de porte elegante e a turma contava histórias, de que pertenceria a uma rica família e que largou tudo para ser freira, provavelmente por causa de alguma desilusão. Nunca fiquei sabendo se esta história era verdadeira, assim como outras que inventavam sobre outras freiras, nossas mestras.
A professora de latim era a irmã Rosa Cândida que foi apelidada pela turma de “Silepse”; a de francês era  a irmã Claire de Jesus, que fazia questão que a gente pronunciasse seu nome na língua que lecionava. Havia também as professoras leigas como a dona Nice Schiller, que nos dava Filosofia e a dona Helly Campos que era encarregada das didáticas. Aliás, foi com ela, que eu consegui compreender o significado verdadeiro das frações.
Aproveitei também este período para fazer cursos como o de datilografia que me ajudou muito durante toda a vida. Primeiro porque, quando o professor permitia, eu entregava o trabalho datilografado, porque sempre tive uma letra horrível. Depois, como professora, para datilografar as provas dos alunos e, mais tarde, para lidar com o teclado do computador. Fiz também o curso de corte e costura, juntamente com minha irmã Maria. Este também foi muito útil. Durante muito tempo, fizemos nossas próprias roupas. 
Na escola participei de grupo de teatro, clube de francês e todas estas experiências foram muito importantes na minha vida.

Colégio São José de Montenegro

domingo, 2 de outubro de 2011

Desfile da Semana da Pátria com o uniforme do Colégio
As alunas normalmente desfilavam com muito orgulho, representando a Escola.
Este desfile foi no ano de 1960 e eu estava na 4a série ginasial.
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sábado, 1 de outubro de 2011

Mudando de residência


MUDANÇA PARA A CIDADE DE MONTENEGRO PARA CONTINUAR OS ESTUDOS
No final do ano de 1956, depois de convencer nossos pais de que queríamos continuar estudando, minha irmã Maria e eu prestamos exame de admissão no Colégio São José, em Montenegro, fomos aprovadas e, no ano seguinte, começamos a cursar o ginásio, como se chamava esta etapa de estudos, naquela época.
As dificuldades foram muitas: tivemos que sair de nossa casa, no campo, para morar na cidade, junto com um casal de tios com os quais não tínhamos uma relação muito próxima; nossos  pais eram  pequenos agricultores, que não tinham salário fixo, com poucas condições de nos manter estudando fora de casa e ainda numa escola particular,pois em Montenegro não havia ginásio em escola pública, apenas o primário. Ficamos morando com nossos tios durante um bom tempo, em que sentíamos muita saudade de nossos pais.
Convencidos de que iríamos permanecer por muito tempo em Montenegro, nossos pais adquiriram uma casa para morarmos. Para ela nos mudamos: meu irmão Omar, minha irmã Maria e eu.
Era muito bom morar na nossa casa,  mas faltava a presença de nossos pais. A vida não era  fácil. Além de frequentar às aulas e estudar, ainda tínhamos todo o serviço da casa para fazer, inclusive as refeições éramos nós que preparávamos.
Nossa escola foi o Colégio São José, onde acabamos cursando o Ginásio e o Curso Normal. Era um Colégio, administrado pelas irmãs, só para meninas como era costume na época. Havia, há duas quadras do São José, o Colégio São João, dos irmãos maristas, que só matriculava meninos. Muitos encontros aconteciam no final das aulas e muitos casamentos tiveram início nestes encontros.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011


MINHA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA COMO PROFESSORA

Numa escola rural chamada Victorina Fabre, no município de Montenegro, distante alguns quilômetros de nossa casa, concluí o 5o ano, o que significava na época, o fim da primeira etapa de estudos. Após ser aprovada, meu pai, a pedido de muitos vizinhos, que viviam naquela região isolada dos centros urbanos, procurou o prefeito de Montenegro, na época,  Sr. Germano Henke, para o qual colocou todas as dificuldades que a população da região, que na época constituía o 4º Distrito do município, tinha para colocar seus filhos na Escola.
Solicitou a criação de uma, para atender aquela comunidade, falando de minha disposição de lecionar já que havia concluído o 5º ano, condição necessária, à época, para se lecionar nas escolas rurais. Como não havia  prédio para que a Escola pudesse funcionar, meu pai se propôs a construir  um, na nossa propriedade, onde eu pudesse  atender a tantas crianças que não tinham onde estudar. O prefeito autorizou e meu pai mandou construir uma escolinha de madeira, no pátio de nossa casa; a Prefeitura forneceu as “carteiras” para os alunos, cadernos de chamada, livros de atas e outros materiais necessários  e, assim, foi possível iniciar as aulas. Foi uma grande festa na vizinhança, que comemorou a conquista  de poder “dar estudo” para seus filhos.
Apesar de saber tão pouco, alfabetizei muitas crianças e jovens; atendia alunos do  primeiro até o  quarto ano, todos juntos, na mesma sala, prática muito comum nas escolas rurais da época e, ainda hoje, em algumas localidades mais isoladas. A alegria que eu sentia, principalmente quando um aluno aprendia a ler, era inexplicável. A sensação era de que havia tirado alguém da escuridão. É claro que, por ser tão  jovem e inexperiente, eu tinha muitos medos que, aos poucos, foram sendo vencidos pela convivência com meus alunos.
Alguns  já vinham de casa alfabetizados pelos pais, prática comum naquele lugar, longe de tudo, com estradas ruins e transporte feito, principalmente, com carroças puxadas por bois ou cavalos; eu mesma vivi esta experiência pois fui alfabetizada pela minha mãe, com a ajuda do meu pai e, quando fui para a escola, já iniciei no terceiro ano. Para os que já sabiam ler, ensinava o que aprendi.
 A escola recebeu o  nome de Escola Municipal “Evaristo da Veiga” e nela lecionei por um período de pouco mais de 2 anos quando, com o apoio de meus pais, fui com minha irmã, para a cidade de Montenegro, prosseguir meus estudos, onde mais tarde concluí o Curso Normal.
Naquela escolinha, longe de tudo, mesmo sem ter nenhum conhecimento didático, consegui alfabetizar diversas crianças e ensinar o que sabia a outras tantas; tudo era feito na base do bom senso e naquilo que aprendi com minhas duas primeiras professoras. Guardo ainda na lembrança alguns alunos, deste tempo distante. Quando hoje,  por acaso, encontro um deles, vivemos  momentos de grande emoção. Foi um período muito importante para mim. Trouxe-me, além de muitas alegrias, uma grande experiência que me ajudou muito na profissão e vida futuras.

Marina Lima Leal
Lembranças – escrito em 2009

domingo, 28 de agosto de 2011

Memórias, infância e adolescência


MEMÓRIAS – Infância e Adolescência

Vim ao mundo na noite de um dia 16 de outubro, às 23h30, de parto normal, com a ajuda de uma parteira, na casa de meus pais. Pesava cerca de 4 quilos e fui a primeira filha do casamento de meu pai, que era viúvo, com minha mãe. Meu pai tinha 8 filhos vivos do primeiro casamento, dos quais, 4 ficaram morando em  casa, após o segundo casamento, porque eram muito jovens: Celina, de apelido Célia, Marcina, Plínio e Oscar. A casa onde nasci não foi a mesma onde me criei; a morada antiga de meu pai ficava um pouco mais abaixo do terreno e possuía, ao lado, uma tafona, que eu não cheguei a conhecer. Ainda bem pequena, nos mudamos para a nova morada construída por meu pai, num terreno mais alto.
Nossas terras ficavam no interior do município de Montenegro, numa localidade chamada Fazenda José  Domingos, entre as localidades de Vendinha e Passo da Amora, onde vivi até o ano de 1957 quando, junto com minha irmã Maria, fui morar com uma irmã de minha mãe, tia Palmira, na cidade de Montenegro, para continuar os estudos.
Minha mãe sempre disse que fui uma criança sadia, sempre gordinha. Naquela época, tirar fotos era algo muito raro e tinha que ser na cidade mais próxima, onde houvesse um fotógrafo. Apesar disso, meus pais me fizeram fotografar, quando eu deveria ter de uns  8 meses a 1 ano, no “Foto Machado”, em Montenegro.
Não lembro de fatos marcantes de minha primeira infância. Foi uma época bastante tranquila.
Fui alfabetizada pela minha mãe; meu pai, às vezes, “me tomava a lição” ou reforçava as aulas dadas pela mãe. Lembro-me de um episódio em que eu começava a aprender a função dos dois erres “rr” e o pai  dizia:         “é fácil soletrar os dois “rr”-  naquela época se soletrava- por exemplo: “hor lê-se “or” mais “ror” forma a palavra horror.
Meu pai era um homem rude, não muito chegado a carinhos, mas às vezes, ele tinha atitudes de ternura, como esta ou quando nos contava estórias ou parábolas, na maioria extraídas de um velho livro chamado Selecta, o que  só fui descobrir mais tarde.
Não havia escola perto de nossa casa, mas no ano de 1951,  veio morar bem próximo, uma professora com seu marido e filho. Ela chamava-se Percília, o marido, Davi e o filho, Assis Aristeu. Foi um grande acontecimento para nós. Minha irmã Maria, meu irmão Omar e eu ficamos felizes de poder ir para a Escola. Em função do que já havia aprendido, a professora me classificou para o terceiro ano. Meus irmãos foram classificados para o segundo ano. D. Percília tinha dificuldades; não era uma pessoa com grande instrução, mas fazia o que podia. Chegou o final do ano e tivemos que prestar os exames que, naquela época, eram feitos pelo pessoal da Secretaria de Educação do Município, que vinha até à Escola para aplicá-las;  de uma turma de mais de 20 alunos apenas eu fui promovida para a série seguinte; os demais permaneceram na mesma série.
Após esse ano letivo, a professora mudou-se com sua família e ficamos sem a escola; nossos pais então, nos mandaram estudar numa outra, que ficava bem distante, na localidade chamada de Passo da Amora; íamos a cavalo ou, quando meu pai ia à cidade  de Montenegro, nos dava carona na sua  carroça, puxada por uma parelha de cavalos e, na volta, vínhamos a pé . Era cansativo, mas muito divertido, porque outros colegas voltavam juntos e não faltavam brincadeiras no trajeto de volta à casa.
A nova Escola se chamava: Escola Isolada Victorina Fabre e nossa professora era Erna Licks, pessoa extremamente religiosa e dedicada a sua profissão. Aí fiquei dois anos, cursando o quarto e o quinto anos, sempre com boas notas. Dona Erna foi muito importante na minha formação religiosa.

domingo, 17 de julho de 2011

Minha primeira comunhão

Minha primeira comunhão

Fiz minha primeira comunhão na capela de Nossa Senhora dos Navegantes, na localidade chamada Benfica, no município de Triunfo. Era a capela mais próxima de nossa casa.
 Estudei o catecismo, emprestado de minha amiga Terezinha, afilhada de meus pais e que fez a primeira comunhão um pouco antes de mim. Aprendi tudo direitinho, decorei, como era costume. Na época, acho que não entendia muito bem o que isto significava. Mais tarde, tive uma professora muito religiosa - dona Erna- que, junto com as aulas de outras disciplinas, nos deu muitos ensinamentos religiosos.
Esta foto foi tirada, apesar de não aparecer, no pátio em frente à nossa casa. Estão na foto minhas meio-irmãs, Marcina, primeira da esquerda para a direita e Celina a última. Eu estou à esquerda de meu pai. Junto estão também minha mãe, ao lado de meu pai e meus irmãos: Maria e Omar. Minha irmã mais nova, a Marisa, ainda não havia nascido.
Neste local, vivi toda a minha infância e adolescência. Ficava no interior do municipio de Montenegro.


 

Minha primeira foto em famíllia

domingo, 10 de julho de 2011

Naquele tempo, tirar uma foto era uma aventura. A  criança, era vestida, arrumada e os pais a levavam a um fotógrafo profissional. Eu estava perto de completar um ano e meus pais resolveram registrar minha imagem pela primeira vez. O estúdio fotográfico ficava no centro da cidade de Montenegro.