sábado, 3 de dezembro de 2011

Minha vida em Santa Fé

MINHA VIDA EM SANTA FE
Minha “família argentina” era formada por três pessoas, o casal, Dona Maria Eugênia e Dom Cirilo e Dardo, o filho do casal.
Logo que cheguei, dona Maria Eugênia me mostrou o quarto que foi reservado para mim. Ficava no 2º piso da casa. Achei bom, porque minha privacidade ficaria mais preservada.
No dia seguinte fomos conhecer a Faculdade, onde fui apresentada. O curso em que eu poderia aproveitar o maior número de cadeiras, neste curto período, era o de Educação Sanitária. Apesar de ser da área da saúde, estava muito ligado à educação e isto pude constatar, quando começamos a participar de campanhas educativas como a de prevenção à raiva, quando visitávamos escolas e comunidades.
A turma da Faculdade decidiu por fazer uniforme e eu, não tive dúvidas: comprei o tecido e fiz, eu mesma, o meu. A decisão me favoreceu. Tinha levado pouca roupa e, deste modo, não tinha que me preocupar com isto. Nosso uniforme era tipo um jaleco cinza, com detalhes em vermelho. A gente o colocava por cima da roupa e pronto.
Minhas colegas, todas mulheres, me tratavam muito bem mas, assim como se eu fosse um ser diferente, que falava outra língua. Aos poucos ficamos amigas e, quando rompeu uma greve dos professores na Faculdade, uma colega, chamada Rosa, que tinha casa em Córdoba, nos levou a passar uns dias nesta linda cidade da serra argentina. Assim tive oportunidade de conhecer mais um pouco deste lindo país. Conheci também Rosário onde passei um dia, acompanhada de um amigo da família e do Brasil, Hugo Mataloni, que me levou nos principais pontos turísticos da cidade. É uma cidade bem maior do que Santa Fé, que tinha na época, uns 300 mil habitantes.
Fui também a Buenos Aires passar uns dias com Maria Eugênia e Cirilo. Achei a cidade lindíssima, o Parque Palermo, a Casa Rosada, o Obelisco, Camiñito o aeroporto de Ezeiza e muitos outros lugares, que já não me recordo.
Foi uma experiência muito importante para mim, que nunca havia saído de casa. Conheci muitas coisas e pessoas interessantes, além de aprender uma nova língua. Visitei muitas escolas e observei aulas, pois como professora, tive muito interesse em fazer estas visitas, nas quais era apoiada por Da. Maria Eugênia, que também era professora.
Neste período que estive em Santa Fé, tive a alegria de receber uma excursão de Montenegro, em que meu irmão Omar e minha futura cunhada Ivete, faziam parte. Foi muito bom rever meus familiares e amigos. Montenegro mantinha um intercâmbio com Santa Fé, através do Dr Paulo Campos e de Da. Maria Eugênia.
Mais ou menos um mês após, tive outra grande alegria, a de receber meu irmão Homero que, sabendo que eu estava lá, foi me visitar. Isto compensava um pouco a saudade da casa.
Naquela época não existia internet e meus pais não tinham telefone, de modo que, a grande dificuldade, era a gente conseguir se comunicar com os pais e irmãos. Era por carta e estas demoravam bastante para chegar de um país a outro, mais ou menos 10 dias. A gente tinha que esperar todo este tempo e ainda não tinha a certeza, quando recebia, se os familiares continuavam bem, como quando escreveram a carta. Esta foi uma das maiores dificuldades que tive neste período. Se fosse hoje, com a internet, tudo seria bem diferente.
Em dezembro, após o Natal voltei, desta vez por outro caminho. Passamos em Buenos Aires, atravessamos o Rio da Prata até a Colônia do Sacramento, pernoitamos em Montevidéu e, após, de ônibus até Porto Alegre, via Chuí.

Um comentário:

  1. Ora, veja só! Nunca tinhas contado este episódio de tua vida. Importante, por sinal. É uma narrativa interessante e acredito que deves te sentir muito bem após recuperar e relembrar estes tempos passados.
    A propósito, também tenho uma cunhada chamada Ivete.

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