sábado, 3 de dezembro de 2011

Bolsista em Santa Fé

BOLSISTA EM SANTA FÉ
Estava cursando o 3º ano do Curso Normal, quando o Dr Paulo Campos, esposo de minha professora Helly Campos, trouxe para o Colégio São José a notícia de que havia um casal na cidade de Santa Fé que estava oferecendo uma bolsa de estudos para uma aluna da Escola, que ficaria durante um semestre na casa deles e faria cadeiras de um curso superior, além de visitar estabelecimentos de ensino.. Logo me interessei e também minha colega Talia Franck . Dr. Paulo então organizou, com outras pessoas da cidade, um “concurso”, através de entrevista com as duas concorrentes. Fui a escolhida.
Os preparativos para a viagem me deixavam ao mesmo tempo feliz, por ter esta oportunidade e ansiosa por tudo o que eu teria que preparar para poder viajar, inclusive algum recurso financeiro, pois a família financiava tudo em território argentino, mas eu teria que ir até Uruguaiana, onde eles iriam me buscar, além é claro de ter que levar algum dinheiro para despesas pessoais. Tinha algumas economias conseguidas com minhas aulas particulares e meu pai me ajudou com um pouco mais. Estava também preocupada de como seria minha vida, num outro país, com língua e costumes diferentes, longe de minha família, de meus amigos mas, já que havia decidido, não poderia recuar Havia também um outro motivo para sair do país naquele momento: afastar-me um pouco do clima no Brasil, que mergulhava num regime de exceção que acabou se prolongando por mais de 20 anos.
Terminei o 3º ano Normal, fiz meu estágio, me formei em Gabinete e viajei para Santa Fé, em agosto de 1964. Fui de trem até Uruguaiana e lá estava dona Maria Eugênia me esperando. Ela havia sido bolsista no Rio de Janeiro e queria retribuir, de certa maneira, oferecendo uma bolsa a uma brasileira. De Pazo de Los Libres até Santa Fé, fomos de ônibus.
Durante a viagem, pensava no que me aguardaria na nova família e no novo país.

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