domingo, 28 de agosto de 2011

Memórias, infância e adolescência


MEMÓRIAS – Infância e Adolescência

Vim ao mundo na noite de um dia 16 de outubro, às 23h30, de parto normal, com a ajuda de uma parteira, na casa de meus pais. Pesava cerca de 4 quilos e fui a primeira filha do casamento de meu pai, que era viúvo, com minha mãe. Meu pai tinha 8 filhos vivos do primeiro casamento, dos quais, 4 ficaram morando em  casa, após o segundo casamento, porque eram muito jovens: Celina, de apelido Célia, Marcina, Plínio e Oscar. A casa onde nasci não foi a mesma onde me criei; a morada antiga de meu pai ficava um pouco mais abaixo do terreno e possuía, ao lado, uma tafona, que eu não cheguei a conhecer. Ainda bem pequena, nos mudamos para a nova morada construída por meu pai, num terreno mais alto.
Nossas terras ficavam no interior do município de Montenegro, numa localidade chamada Fazenda José  Domingos, entre as localidades de Vendinha e Passo da Amora, onde vivi até o ano de 1957 quando, junto com minha irmã Maria, fui morar com uma irmã de minha mãe, tia Palmira, na cidade de Montenegro, para continuar os estudos.
Minha mãe sempre disse que fui uma criança sadia, sempre gordinha. Naquela época, tirar fotos era algo muito raro e tinha que ser na cidade mais próxima, onde houvesse um fotógrafo. Apesar disso, meus pais me fizeram fotografar, quando eu deveria ter de uns  8 meses a 1 ano, no “Foto Machado”, em Montenegro.
Não lembro de fatos marcantes de minha primeira infância. Foi uma época bastante tranquila.
Fui alfabetizada pela minha mãe; meu pai, às vezes, “me tomava a lição” ou reforçava as aulas dadas pela mãe. Lembro-me de um episódio em que eu começava a aprender a função dos dois erres “rr” e o pai  dizia:         “é fácil soletrar os dois “rr”-  naquela época se soletrava- por exemplo: “hor lê-se “or” mais “ror” forma a palavra horror.
Meu pai era um homem rude, não muito chegado a carinhos, mas às vezes, ele tinha atitudes de ternura, como esta ou quando nos contava estórias ou parábolas, na maioria extraídas de um velho livro chamado Selecta, o que  só fui descobrir mais tarde.
Não havia escola perto de nossa casa, mas no ano de 1951,  veio morar bem próximo, uma professora com seu marido e filho. Ela chamava-se Percília, o marido, Davi e o filho, Assis Aristeu. Foi um grande acontecimento para nós. Minha irmã Maria, meu irmão Omar e eu ficamos felizes de poder ir para a Escola. Em função do que já havia aprendido, a professora me classificou para o terceiro ano. Meus irmãos foram classificados para o segundo ano. D. Percília tinha dificuldades; não era uma pessoa com grande instrução, mas fazia o que podia. Chegou o final do ano e tivemos que prestar os exames que, naquela época, eram feitos pelo pessoal da Secretaria de Educação do Município, que vinha até à Escola para aplicá-las;  de uma turma de mais de 20 alunos apenas eu fui promovida para a série seguinte; os demais permaneceram na mesma série.
Após esse ano letivo, a professora mudou-se com sua família e ficamos sem a escola; nossos pais então, nos mandaram estudar numa outra, que ficava bem distante, na localidade chamada de Passo da Amora; íamos a cavalo ou, quando meu pai ia à cidade  de Montenegro, nos dava carona na sua  carroça, puxada por uma parelha de cavalos e, na volta, vínhamos a pé . Era cansativo, mas muito divertido, porque outros colegas voltavam juntos e não faltavam brincadeiras no trajeto de volta à casa.
A nova Escola se chamava: Escola Isolada Victorina Fabre e nossa professora era Erna Licks, pessoa extremamente religiosa e dedicada a sua profissão. Aí fiquei dois anos, cursando o quarto e o quinto anos, sempre com boas notas. Dona Erna foi muito importante na minha formação religiosa.

2 comentários:

  1. Muitooooooooooooooo legalllllllllllllll!!!!!
    Também não sabia disso...

    ResponderExcluir
  2. Pois é, esta é uma grande utilidade de um Blog com nossas memórias pois, muitas vezes, com a correria da vida a gente esquece de comentar, com os próprios filhos, episódios que a gente viveu.

    ResponderExcluir