segunda-feira, 13 de maio de 2013

Texto escrito em Julho de 2011

MEUS  AVÓS

Hoje, dia dos avós, fiquei a pensar nos meus. Amei-os muito, apesar de nosso convívio não ter sido muito intenso. Tanto eles, como meus pais, moravam na zona rural, meus avós no município de Triunfo e nós, no município de Montenegro, a uma distância considerável, especialmente levando em conta a precariedade dos meios de transporte e das estradas, à época.
Para visitar nossos avós, íamos a cavalo ou em carroça puxada por eles. Saíamos pela manhã, cedinho e retornávamos à tardinha. Mas, era uma alegria poder visitá-los e estar com eles por algumas horas.
Meus avós tiveram 14 filhos, como era comum naqueles tempos, no início do século XX. Passaram por grandes dificuldades financeiras, pois eram pequenos agricultores, que tiravam da terra, o sustento da numerosa família. Minha mãe sempre nos contava que era encarregada da criação de perus, que a família tinha, para ajudar nas despesas da casa.
Meu avô materno, Tristão Antônio, era uma das pessoas mais tranquilas que conheci. Tinha o que se chama “uma paciência de Jó” e transmitia um sentimento de paz. Gostava muito de andar a cavalo e ainda lembro, quando o via chegar em nossa casa  e a alegria que esta visita proporcionava a mim e a meus irmãos. Faleceu, repentinamente, quando  ainda éramos crianças. Foi uma tristeza muito grande.
Minha avó materna, Cândida, era bem diferente de meu avô. Tinha um temperamento forte, não era tão próxima como ele, mas também a amávamos muito.
Lembro-me perfeitamente de sua figura. Tinha os cabelos todos brancos e usava duas tranças, que acomodava na nuca ou em cima da cabeça. Gostava muito quando ela soltava os cabelos, penteava-os e, depois ia fazendo suas tranças, sem pressa, enquanto nós, seus netos, não perdíamos um detalhe. Achávamos muito bonito o gesto de trançar aqueles cabelos branquinhos e, muitas vezes, até pedíamos para que ela o fizesse.
Minha avó faleceu quando eu era jovem. Era semana da pátria. Participamos, minha irmã e eu, do desfile, representando nossa escola, o Colégio São José de Montenegro e, quando chegamos em casa, nossa mãe, chorando, nos contou que minha avó havia falecido. Meus irmãos e eu ficamos muitos tristes com a notícia de sua perda.
Quanto a meus avós paternos, infelizmente não os conheci pessoalmente. Sou filha do segundo casamento de meu pai, que já não era tão jovem quando nasci e meus avós já haviam falecido. Meu avô se chamava Apolinário Antônio e minha avó também se chamava Cândida, mas tinha o apelido de Candinha.

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